Que me perdoem os meus amigos que lêem meu blog de outras regiões do país, mas permitam-me aqui ter um breve momento de bairrismo. O motivo de eu haver iniciado o blog, foi obviamente pelo fato de eu imaginar que o futebol na minha cidade possúi alguma coisa única, no âmago de suas arquibancadas. Mas não só nelas. O futebol para o carioca tem algo de diferente. Esse é o bairrismo pelo qual peço desculpas logo na abertura do texto: o bairrismo de considerar o carioca como o povo que mais gosta do esporte bretão, dentro desse país chamado Brasil.
Claro, vão me apontar os públicos mediocres nos jogos. Não acho que esse seja o espaço para esse debate, mesmo porque, tenho outros argumentos para pautar minha opinião que pouco passam pelas arquibancadas. Não precisam ficar assustados. É isso mesmo que vocês entenderam. E digo mais: isso em nada afeta meu discurso contrário ao do futebol moderno, esse futebol altamente midatizado, elitista e artificialmente comportado, como se todos precisássemos de uma Super Nanny, como se não fôssemos jovens ou adultos com o mínimo de consciência.
O carioca ia ao Maracanã para ver futebol. Não precisava nem ser do time dele. Pelo menos era assim nos tempos da geral. E isso não quer dizer que o torcedor ia lá para torcer, contra ou a favor de um adversário. Qualquer amante do futebol apreciaria ver um Romário em seu auge. Lembro-me por exemplo de ver ele marcando 3 gols no meu time, no meu primeiro jogo em minha até então breve vida de torcedor. E querem saber? O cara era muito bom!
Mas isso se prolonga ainda mais, meus caros. Na cidade do Rio de Janeiro não se vive o futebol em 90 minutos, 180 numa semana. Durante os sete dias que se passam, o carioca apreciador de futebol não consegue, ao sair na rua, passar uma hora inteira de seu dia sem fazer menção a este digníssimo esporte. Talvez 30 minutos. Seja parando na frente da banca para observar as transações do mercado da bola, seja ao ver um torcedor com a camisa do time que segue e fazer aquele comentário de apoio. É uma coisa muito natural, talvez até pelo excesso de interatividade que o morador dessa cidade tem. Todo mundo tem que ser íntimo, e o que une mais pessoas de diversas classes sociais do que o futebol?
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Uma mesa de boteco no Rio de Janeiro é uma coisa única. É possível se passar meia hora falando de futebol, com pessoas que pouco assistem os jogos pela tv, e nunca frequentam estádios. Tudo isso sem se tornar forçado, sempre numa eterna brincadeira.
E quem já esteve aqui sabe o número assombroso de botecos no Rio.
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