sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Vá perguntar ao seu freguês do lado...

Qualquer noite. Qualquer bar.

Que me perdoem os meus amigos que lêem meu blog de outras regiões do país, mas permitam-me aqui ter um breve momento de bairrismo. O motivo de eu haver iniciado o blog, foi obviamente pelo fato de eu imaginar que o futebol na minha cidade possúi alguma coisa única, no âmago de suas arquibancadas. Mas não só nelas. O futebol para o carioca tem algo de diferente. Esse é o bairrismo pelo qual peço desculpas logo na abertura do texto: o bairrismo de considerar o carioca como o povo que mais gosta do esporte bretão, dentro desse país chamado Brasil.

Claro, vão me apontar os públicos mediocres nos jogos. Não acho que esse seja o espaço para esse debate, mesmo porque, tenho outros argumentos para pautar minha opinião que pouco passam pelas arquibancadas. Não precisam ficar assustados. É isso mesmo que vocês entenderam. E digo mais: isso em nada afeta meu discurso contrário ao do futebol moderno, esse futebol altamente midatizado, elitista e artificialmente comportado, como se todos precisássemos de uma Super Nanny, como se não fôssemos jovens ou adultos com o mínimo de consciência.

O carioca ia ao Maracanã para ver futebol. Não precisava nem ser do time dele. Pelo menos era assim nos tempos da geral. E isso não quer dizer que o torcedor ia lá para torcer, contra ou a favor de um adversário. Qualquer amante do futebol apreciaria ver um Romário em seu auge. Lembro-me por exemplo de ver ele marcando 3 gols no meu time, no meu primeiro jogo em minha até então breve vida de torcedor. E querem saber? O cara era muito bom!

Mas isso se prolonga ainda mais, meus caros. Na cidade do Rio de Janeiro não se vive o futebol em 90 minutos, 180 numa semana. Durante os sete dias que se passam, o carioca apreciador de futebol não consegue, ao sair na rua, passar uma hora inteira de seu dia sem fazer menção a este digníssimo esporte. Talvez 30 minutos. Seja parando na frente da banca para observar as transações do mercado da bola, seja ao ver um torcedor com a camisa do time que segue e fazer aquele comentário de apoio. É uma coisa muito natural, talvez até pelo excesso de interatividade que o morador dessa cidade tem. Todo mundo tem que ser íntimo, e o que une mais pessoas de diversas classes sociais do que o futebol?


http://zota.com.br/site/wp-content/uploads/2009/06/100-charge_roda_de_boteco.jpg

Uma mesa de boteco no Rio de Janeiro é uma coisa única. É possível se passar meia hora falando de futebol, com pessoas que pouco assistem os jogos pela tv, e nunca frequentam estádios. Tudo isso sem se tornar forçado, sempre numa eterna brincadeira.

E quem já esteve aqui sabe o número assombroso de botecos no Rio.

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